Apenas mais um
Menino, sem luz, sem caminho,
caminho encontrou na beleza,
beleza traçada no escrito
escrito e esquecido na mesa.
Menino, sem luz e sozinho,
sozinho escreveu seu poema,
poema sem fim, sem sentido,
sentido no choro da pena.
Menino, no seu quarto escuro,
escuro, teceu mais estrofes,
estrofes de tempo noturno;
noturno, selou-as em cofres.
Menino escrevera baladas,
baladas pra sempre perdidas,
perdidas, sem luz, não lançadas,
lançadas somente pras ninfas.
Menino, supões-te poeta?
Poeta não lido é maluco!
Maluco somente; e pateta,
pateta ao restante do mundo.
Menino, não tens a centelha,
centelha que alumbra a verdade;
verdade é que és feito de areia,
areia de mediocridade.
Sem luz, ele escreve mais rimas
a seres ambíguos e nadas;
aqui vai mais um para as ninfas
que logo será para as traças.
Publicado em outubro de 2017 na primeira edição da revista Recorte Lírico (edição Iluminar).
http://recortelirico.com.br/revista/