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A CHUVA
(Sócrates Di Lima)

A chuva,
Depois de algum tempo ela veio,
Vestiu-me em banho feito luva,
A chuva pegou minha alma pelo meio.

Sem guarda-chuvas eu me fiz,
Não quis,
Preferi molhar até meu nariz,
Sem medo risquei meu dia em giz.

Trouxe-me lembranças mil,
Coisas que eu não quero esquecer,
Mesmo que um dia me faça senil,
Chuva é saudade de um doce prazer.

Ausente de mim,
No tempo me esqueço,
Molha-me a chuva no meio de um jardim,
Por onde passei, seguindo para o meu endereço.

Sinto meu corpo frio,
Arrepiado outra vez,
Um repentino arrepio,
De um presságio, talvez.

Na chuva, meu corpo atola,
Recordações de outrora,
Uma lágrima rola,
No sal da saudade, agora.

Um dia, um lugar,
Euforia sem parar,
O prazer de amar,
Se mistura na chuva de um doce lembrar.

Assim, a chuva, minha alma carrega,
De lembranças e saudades mil,
Nesse momento meu pensamento se entrega,
Na mistura cinzenta, longe de um céu de anil.
 
 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 01/04/2018
Código do texto: T6296897
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