AMBIÇÃO DESMEDIDA
AMBIÇÃO DESMEDIDA
Quantos vazios a preencher
Quantos rincões a degradar
E o lusco fusco do ir e vir
A insensatez do nunca chegar
A procura insana do mudar
A insatisfação da posse
O quero mais inebriante e contínuo
Supremo e infindo desatino
Querer sol, lua, estrelas
Não bastando vê-las
Querer domínio de fato
Loucura que procura a eternidade
Sem limites e fronteiras
Por qualquer via
A via láctea é infinita
Mas o infinito não lhe basta
O predador não tem descanso
Mesmo sabendo da finitude
Que lhe é presente e fato
Quer possuir e dominar a existência
Sofrendo para ser deus do ninguém
E do nada
Que sobrará de sua insaciável sede
De ter e poder