AQUI...

Aqui em minha alcova, recôndito de minh'alma.

Lugar do meu pranto, do meu alcoolismo,

Onde falo com D'us, lembro do judaísmo,

Na minha infinda busca, lugar da calma.

Aqui lembro-me dela, o meu amor,

Em cada foto, em cada presente,

Aquela, que hoje, é ausente,

Aquela que é responsável pela minha dor.

Aqui penso na vida, aqui penso na morte,

Reflito sobre meus atos, aqui me entendo,

Aqui mesmo é que me pego sofrendo,

E aqui também, não há quem me conforte.

Sim, aqui que sempre escrevo versos,

Pensando nela, pensando em flores,

Pela manhã ainda vivo e mil amores,

Amores que me são tão perversos.

Aqui, onde penso em não morrer,

Quero pegar meu alazao e ir mundo a fora,

E esquecer o amor que me mandou embora,

Irei por este mundo, neste meu viver.

Aqui, lugar da fuga, da liberdade,

Onde posso andar nu sem ser visto,

Sem ter vergonha, livre de tudo isto,

Aqui, tenho a solidão e a privacidade.

Minha alcova, que tanto amo, quanto odeio,

Que me aprisiona junto com o meu vazio,

(Implacável silêncio, deste ar sombrio! )

E penso se é castigo, ou o próprio enleio.

(YEHORAM)

31/03/2018

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 01/04/2018
Reeditado em 05/04/2018
Código do texto: T6296421
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