SOBRE COISAS IMPARÁVEIS
Ando pelo deserto munido da minha jaqueta de couro de cobra e meu chapéu de caubói preto e surrado
Tomo mais um gole de uísque mesmo com o sol de luto que me envolve
A cidade do paraíso não deve estar longe...
Com suas garotas perfeitas e grama verdinha
Lá irei sentar num bar chamado Paraíso e não me importarei em perder ou ganhar no carteado... afinal... tudo é um jogo pra mim
O fio da navalha no meu bolso está bem afiado e nele posso confiar
Sei que há mais além do arco-íris do que um pote de ouro
Na minha estrada dos tijolos amarelos serei conduzido a uma escadaria pro céu
Mas antes eventualmente a solidão me deixará paranoico...
Como uma animal mecânico que usa um torniquete eterno
Antes devo transpor o muro e encontrar meu tempo...
Como um diamante louco num banquete de mendigos
Onde pintarei de negro as vestes do Rei de Amarelo
Tomando o pó dos anjos com cicuta numa rodovia pro inferno
Mamãe, estou quase lá - direi de forma alegre
E agora posso ver por milhas e milhas adiante
Não preciso mais viver numa oração e nem cavalgar os raios
Nem sou mais um perfeito estranho...
Já possuo mais do que um pedaço da minha mente
E não serei feito de bobo novamente
Sei que meu discurso lembra uma reza aos moribundos ...
Enquanto alguém cruza o universo
Se perguntando a razão de ser um escravo do poder mesmo se achando um Deus...
Eu somente vivo um dia na vida
E digo a ti que sonhe, sonhe até se tornar realidade
Pois os dados ainda rolam e o fogo ainda queima se você se mantiver faminto
O homem da caixa se libertou das correntes assim como Alice saiu do espelho
Ele era uma estrada ou um arrepio?
Viveu num templo de cães ou num jardim onde o vento assobiava?
Foi herói por um dia e hoje talvez esteja naquela distante estrela negra
Chamando o Major Tom...
Pois existem coisas que você simplesmente não pode parar
O rock’n’roll é uma delas...
Outra são as palavras - escritas ou ditas.