AFOGAMENTO

Que bom

se ainda fossem

balas que não matavam,

chapéus que não caiam

das cabeças,

daqueles velhos

filmes cult

de bangue-bangue

das matinês vespertinas.

Criando nossos mocinhos

para consumo próprio,

das telas

para a vida real,

sem perceber

estamos nos afogando

em piscinas de sangue

espalhadas pelas esquinas.