VIDA
Sentidos calam-se.
Noturna presença da ausência
dependurada no cabide da mente
sentida na inércia recente.
Adormecidas lembranças
encostam no travesseiro,
maciez de retidos amores
fatiados sem dores.
Silenciam os olhos.
Piscadelas turvas
entregam-se ao sono;
perseguem sonhos.
Sentidos adormecidos acordam.
Matinal ausência presente
dependurada no espelho,
face em linhas acentuadas.
Despertado olhar.
Água banha o passado,
suavidade resgatada;
volta o pulsar da poesia.
Canção do respiro,
delineada emoção,
Chama da experimentação.
Há vida... Suspiro.