Introito do Poeta morto

Quebrada a rude flauta, a velha lira

Não tange mais Apólo; as Musas frias

Em roda não mais dançam, não mais cantam.

Pois nada mais é grande, novo, puro.

E dura a eternidade um só minuto.

Já fica o cego vate mudo e surdo

E a pena não escreve mais na História.

Pois que caídas foram Roma e Tróia.

Que Musas clamarei, que Febo ou aedo?

Auxílio a nós dará, num hino eterno?