No bar da vida
Alguém me chamando louco
Quase nunca ouço
Ou como quem disse um dia
Faço pouco
Embebedo meu copo
De soro
Dou mais um trago
Nesse veneno que adoro
ter nos lábios
Esse cheiro quente
Surpreendentemente azedo
Derretendo meu esófago
Da garrafa ao estômago
Sei esse gosto
De absinto
Encolho o rosto
Nos goles
Agora tenho um olhar adornado
Melhor do que antes
Por acaso
O bar girando na minha mente
Olho pra o mundo à minha volta
E penso alto:
É pá, o louco aqui sou eu!
Alguém aí chamou por mim?