BANQUETE MORTÍFERO

Os velhos cavalos galopam em Marte, faíscando o ar com a prata das crinas A avenida que se abre na ausência de palavras é desesperadora no ar de cemitério de árvores, e as luzes dos postes são as velas do túmulo industrial...

Lá, aonde os mendigos devoram as melancias da alucinação, não se procura o que nos versos é lógico e sob o sol não tem sentido, bondinhos caiam de cada Pão de Açúcar que se erguesse e era devorado pelas moscas.

As igrejas encerram gritos de pavorrrr

nos corredores

e o som na ruas

é uma cicatriz da operação

contra a fome pelas noites

nas praias abarrotadas

de oceanos estilhaçados

onde somos cegos

na hora de compactuar

com quem chama.

Mas os desabamentos

atiram pedras ao céu

onde estrelas

são símbolos políticos

e não pudemos

mudar de ideia

quando o banquete mortífero

foi servido

e do outro lado

soltaram leões sensuais.

O que injeta o entorpecente da pasmação

em nossas veias

é a mão rasgada.

Triste é enterrar os pássaros

na porta da tua casa

se os aviões cairem lá

é o imã das tuas entranhas

nascendo redemoinhos

que desaparecessem com navios

e homens da rota tecnológica

onde meus ossos forma retalhados

pelas mandíbolas da serpente de aço e cabelos vermelhos

e cuspidos no cemitério de automóveis fantasmas e uivantes

abandonados como eu escondo as lembranças

embaixo do jardim