ALMAS SEM CABEÇA
ALMAS SEM CABEÇA
E no cemitério
A chuva caiu forte
O muro despencou
E as ossadas desceram
Rua cheia de ossos
Pessoas olhando sem poder
fazer nada
Calamidade neste temporal
Pessoas andando na água suja descalça
A noite aquele silêncio
Cemitério todo revirado
Sepulturas quebradas
Crâneos espalhados chorando
E as almas procurando
Suas cabeças
Entre centenas desenterradas
Pela chuva descontrolada
Almas chorando
Elas não encontrava
As suas ossadas
E eu olhava e também chorava
Antonio Lima
02-03-2018