UMA DICA!
Sim, eu escrevo mais e talvez melhor quando estou triste ou melancólico...
É uma afirmação, não uma pergunta
Você me faz chorar e eu escrevo, o mundo me prega uma peça e eu corro pro teclado...
Era assim aos vinte anos e continua agora aos quase quarenta
Possivelmente vai ser até o óbito desse escriba retrógrado e auto-indulgente
Mas serve como alerta e dica pra quem começou a escrever e nem sabe exatamente o porque...
Não o faça por obrigação, não transforme a catarse numa farsa e nem o prazer num indulto
Escreva quando suas mãos pingarem sangue por não alcançarem as teclas...
Escreva quando sua esperança tiver tomado uma significação diferente ou simplesmente evanescido...
Escreva quando seu âmago lhe socar por dentro como vários punchs de um boxeador...
Escreva quando suas lágrimas secarem ou caírem num ritmo mais vertiginoso do que água numa tempestade...
Escreva na tormenta e naqueles dias onde o sol frita um ovo...
Escreva sem preocupações gramaticais ou limitações de congruência...
No fim, quando o crepúsculo chega e a noite se aproxima tímida... lá você será perdoado
E eventualmente laureado...
Não por reis ou detentores de algum poder monetário
Escreva enquanto sua mente responde a algum estímulo externo, escreva por instinto (caso o tenha)
Escreva contos ou crônicas, poemas ou uma mera recordação... escreva pelo ato em si e a métrica a gente vê depois!
Escreva pra reclamar de algo, escreva pra exclamar por algo...
Escreva pra vomitar ou engolir algo... até porque, no fim, dá no mesmo
Escreva por ser maduro ou por não se considerar como tal e procurar essa rara qualidade...
Escreva e viva o mais desencanado que você possa...
Escreva suas críticas (motivos não lhe faltarão, te garanto)
Escreva suas balbúrdias internas e ouça suas vozes irritantes se calarem por alguns instantes
Escreva e leia
E viva, pra ter algo o que colocar nessas preciosas linhas.