AZUIS
AZUIS
Ouso escrever a manhã
Num azul profundo
Que sem limites abarca a visão
Noves fora a folha amarelada
Que vai contando dias
Num calendário divino
Sem mãos humanas profanadoras
Que amanhã poderão trazer
O cinza nublado irresponsável
Cumulus nimbus
Da estupidez planetária
Que lavarão o chão negro
Impermeável ao vermelho que escorre
Sem compromisso com mistura de cores
De mãos dadas com dores
Ou flores que enfeitam a vida ou a morte
Que buscam sentir-se azuis
Infinitamente celestiais
No inferno que se avizinha