AZUIS

AZUIS

Ouso escrever a manhã

Num azul profundo

Que sem limites abarca a visão

Noves fora a folha amarelada

Que vai contando dias

Num calendário divino

Sem mãos humanas profanadoras

Que amanhã poderão trazer

O cinza nublado irresponsável

Cumulus nimbus

Da estupidez planetária

Que lavarão o chão negro

Impermeável ao vermelho que escorre

Sem compromisso com mistura de cores

De mãos dadas com dores

Ou flores que enfeitam a vida ou a morte

Que buscam sentir-se azuis

Infinitamente celestiais

No inferno que se avizinha

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/03/2018
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