FARDO

Alguns carregam-no com sacrifício

Praguejando e lastimando a sua condição

Como se fosse um enorme suplício

Como se cumprisse uma divina maldição

Outros carregam-no com orgulho e alegria

Fazendo arte e gerando beleza

Regozijando-se com as tarefas do dia a dia

Criando ciência e obtendo certeza

Mas não há jeito de passar por essa vida

E fugir dos vermes que nos consomem

Por mais coragem que tenha o bardo

Cada um obtém sua dádiva merecida

Não nasceu e nunca existirá um homem

Que não tenha que carregar seu próprio fardo

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 29/08/2007
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