SOBRE OS DIAS E AS NOITES

Sobre o que dizem

se dizem

e se dizem o que dizem, de mim

não sei ao certo!

A bruma que me cega pela manhã

de noite não mais está lá

dispersa-se feito fumaça

desaparece à luz da lua.

Suave, sigo!

A espreita dos versos certos

a espera de algo ainda incerto

não sei o que esperar.

Na verdade

de tais versos

incólumes, inconclusos, incertos

ao menos espero algo.

Não interessa-me saber

o que dizem tais versos

o que dizem

tais e tais verbos.

Dessabidos, versos incertos

excertos versos, abrasados e alocados ali...

Ao longe, longe de ti, longe daqui

longe, ali, do seu lado!

Suave é a noite que se opõe ao dia, numa peleja incansável

embalada por um tango fruído bailado a dois

dama e cavalheiro, cavalheiro e dama

em um flerte quase transcendental.

Incansável... Incansável é o dia que se opõe ao sol

em sutileza tamanha

irretocável presença, inalcançável!

Até mesmo ao crivo do mais genial dos artistas.

Noite e

dia

dia

e noite.

JWPapa
Enviado por JWPapa em 24/03/2018
Reeditado em 31/03/2018
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