EU SOU
(Sócrates Di Lima)
Sou cácto no deserto,
na aridez da terra,
Sugo a água da chuva, por certo,
quando a chuva esparsa não me erra.
E por isto, o amor eu cativo,
para que este sulco me ative,
e alimente o meu amor impulsivo,
porque nele, sempre estive.
E quando a chuva me enxarca,
É como trazer-me á realidade,
É como encher minha arca,
De esperança e felicidade.
Mas, quando a chuva vai-se me transporta,
para o meu deserto seco e arredio,
É como a solidão que entra pela porta,
E Por longo tempo me deixa vazio.
Eu sou a simplicidade em pessoa,
que tem em si todos os sentimentos,
Minha solidão é coisa atoa,
Não me traz arrependimentos.
Sou meu novo caminho,
longe daquele deixado para trás,
Quero refazer com você meu ninho,
Com um amor de alegria e paz.
Quero compreender o universo,
Nas suas pormenores torpezas,
Mas ás vezes o que vai bem de repente o inverso,
Para criar obstáculos e tristezas.
Sei que são coisas próprias dos seres humanos,
Que dificulta o que é tão simples assim...
Poderia até ser considerados atos insanos,
Porque conseguem ao certo, por fim.
Digo assim, de mim!
Que a esperança não cessa jamais,
Como um beija-flor em cada jardim,
numa única flor,busca seu mel, mais e mais!
Sou um cântico silencioso,
Entoado no cume de um monte,
Por um falcão suntuoso,
Curvando-se ao belo horizonte.
Na verdade, não sou nada mais,
Do que um homem singelo de visões esperançosas,
Daqueles que nos seus angustiantes ais,
Ainda, assim, não vê as relacóes humanas fantasiosas .!