FINITUDE

De tudo quanto for capaz a humana alma,

Pelos inauditos desejos do homem,

Pouquíssimo o satisfaz, tampouco acalma

Diante das certezas que o consomem.

Sabem todos os seres de inteligência

A respeito da finitude inconteste,

Da inevitável e temida falência,

Do homem fraco feito cipreste.

Tal qual o arbusto, o homem serve de cerca

A proteger suas vidas e propriedades.

Julgando nada fazer com que ele perca

O que construiu e suas potencialidades.

A insatisfação por ele sentida

É justa e o malogra, isto é fundamental.

Conforme o arbusto e a cerca falida

Caem corpo e a mente, ante a morte natural.

Em mais elaborada tecnologia

Por mãos e mentes humanas inventada,

Há na vida, submissa genealogia

Por Deus escrita e, ao final, sacramentada.

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 23/03/2018
Código do texto: T6288739
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