PARA LEMBRAR
 
Os livros, os escritos,
tudo aquilo que foi dito...
Onde é que está? Se perdeu!
Perdeu-se na roda que gira,
como o lenço que Marília
um dia bordou pra Dirceu.
E ninguém, sequer, se importa,
ninguém, sequer, abre a porta 
para escutar o ruído
do eco que ainda ressoa,
percutindo em meu ouvido.
Ó gente esquecida e ingrata,
que não guarda fatos, datas,
que nada sabe de si.
Muito embora não escritas,
as lembranças são a vida,
basta somente um momento,
só um breve pensamento
e, de pronto, as ressuscitas,
para mim e para ti.

       .  .  .


 Paulo Miranda
Oh gente esquecida e ingrata...
já vens aí com teu clamor
deleite do leite, és nata...
e eu só sedento de amor...
- não me desmame, é favor...