ARREPENDIMENTO
Inverno friorento me acompanha,
me envolve, me abraça, me arrebanha,
tantas dores, dissabores no caminho,
me ferindo como fosse agudo espinho.
Não há meios de encontrar a alegria,
que eu tinha, era minha, porém perdi-a,
foi-se embora de repente, levou-a o vento.
Não mais sei aonde vão os pensamentos,
se perderam, por aí, entre a neblina,
que formou-se e, agora, é minha sina,
sina má, tão cruel, nada m'ensina.
Feliz era o tempo em que eu sorria,
e a vida era a mais pura harmonia.
O futuro me parece um véu escuro...
Ó Senhor, me arrependo, eu Te juro,
generoso podes ser, eu bem o sei,
me perdoa, pois, então, se eu pequei.