Semblante
No pulsar da vida que derramo,
Me perdendo entre descaminhos,
Ofegante sorriso estampo.
No semblante outrora plácido,
Agora flácido de expressões marcantes,
A exibir o tempo de antes.
Coadjuvantes da história passante,
Estão olhos que vertem lembranças,
De amores e ódios vividos.
Brilhavam antes estes olhos,
Com tamanha paixão e fervor,
Que olhos se duvidavam ser.
Infundada era a dúvida,
Pois ante esses olhos vorazes,
A vida belezas chorou.
Registros de um templo de gloria,
Estrada da minha memória,
Que hoje não mais se vê.
Olhos que hoje exprimem,
Na retina a dureza impressa,
Pela realidade do porvir.
Aflitos estão estes,
Por outros reconhecer,
E duvidosos espelhos d’alma rever.
Mesmo que calar meus olhos tentem,
Diante de outros a ouvir,
Meu semblante ainda ei de sorrir.
05/03/2014