Semblante

No pulsar da vida que derramo,

Me perdendo entre descaminhos,

Ofegante sorriso estampo.

No semblante outrora plácido,

Agora flácido de expressões marcantes,

A exibir o tempo de antes.

Coadjuvantes da história passante,

Estão olhos que vertem lembranças,

De amores e ódios vividos.

Brilhavam antes estes olhos,

Com tamanha paixão e fervor,

Que olhos se duvidavam ser.

Infundada era a dúvida,

Pois ante esses olhos vorazes,

A vida belezas chorou.

Registros de um templo de gloria,

Estrada da minha memória,

Que hoje não mais se vê.

Olhos que hoje exprimem,

Na retina a dureza impressa,

Pela realidade do porvir.

Aflitos estão estes,

Por outros reconhecer,

E duvidosos espelhos d’alma rever.

Mesmo que calar meus olhos tentem,

Diante de outros a ouvir,

Meu semblante ainda ei de sorrir.

05/03/2014

Edu Mancini
Enviado por Edu Mancini em 22/03/2018
Reeditado em 22/03/2018
Código do texto: T6287024
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