Cada lembrança atende...*
Cada lembrança atende
A exposição que se sente
Para levar nas garras do tempo
O que o sentido perde no vento
O que foi, se torna quase uma falácia,
Como que uma ronda de polícia
Num jogo que muitos não dão importância
No remorso de muitos, todos os dias,
Da saudade que toma o seu lugar
Dessa tristeza que trago no olhar
Na caricatura do último semblante
Ninguém é igual, só semelhante,
Para se ver qual é a lembrança
Girar, girar tal qual uma dança,
Feito grito parado no ar
Dessa tristeza que trago no olhar!
Peixão89
*(faz parte do Tombo XXI – “Para Sentir” – 1993)