Madrugada...
Esta tristeza que desperta ainda cedo...
A felicidade deve estar aborrecida...
Com mais um dia que começa...
Ontem um dia que termina...
O amanhã quer acordar, mas não passa de hoje...
E este vento que ao lado descansa...
Num abraço que embala...
Neste frescor da madrugada, a lua apagada...
As estrelas nubladas...
As luzes e suas sombras nos telhados e postes...
Ruas vazias de vida...
Matérias se movem conforme a criação do novo...
O asfalto brilha numa opaca visão e seu acetinado...
Terras agrupadas e moldadas no concreto e seus abstratos inundam sorrisos de dor...
E nem percebem...
Aquela alma que cresce natureza e morre uma mesa...
Alma que floresce e seus frutos embelezam vasos rasos, pensamentos tristes...
Consciências mortas e renascidas...
Um portão late. Um quintal mia...
E reconstrói um silencio demagogo...
Que sempre quer gritar e não possui cordas vocais...
E se sufoca se contorce e apenas gesticula através de uma alma plena em um monologo de pensamento consigo mesmo...
Há um rastro ainda fraco neste lado do céu que contorna o espaço índigo blue...
Assim o amanhã desperta hoje, neste presente que o passado trouxe nesta madrugada fria...