Lápis de Cor
Com os olhos fechados para
O mundo de fora
Tateei no universo que
Trago aqui dentro
Meus anseios, meus desejos
O meu gozo em fantasias...
Sonhei que ainda era menina
E meus devaneios coloria
Fiz castelos, jardins, o céu
Fiz a donzela e seu menestrel
Brinquei de roda mesmo sozinha
Caí no poço pra ver se tinha
Alguém disposto a salvar a dama
Que tinha água até o pescoço...
Na angústia da ampulheta
Chamei por ele, insistentemente
Mas só o eco eu ouvia!
Não sei qual era o ano
Pois o tempo ali não acontecia...
Mas eis que no firmamento
Enfim brilhou
A estrela augusta do amor
Deixei-me ir na calda luminosa
Mergulhar no espaço afora
Viajei serena e sorridente
Ouvi acordes e li poemas
Decidi então quedar-me ali
Para sempre uma menina
Com seus lápis a colorir...
Até um dia em que meus olhos
Finalmente despertos do sonho
Para o mundo tornarem a abrir
Pois é certo, será a hora de partir...
Cláudia Machado
17/3/18