O Palhaço

A algazarra é grande
a miudagem ri ri ri
a alegria ronda aquele meio
em tempos inesquecíveis 

O palhaço é um fartote
com seus enganos propositados
enche de satisfação
a garotada e os adultos 

As tristezas fugiram
para o matagal
da crise esquecida
adormecida talvez 

O espectáculo acabou
e o sorriso? Talvez
para aquele palhaço
recolhido no seu camarim 

Lágrimas afloram
ao rosto do palhaço
no fim de cada espectáculo
Morrera a sua irmã 

Mas ri palhaço até um dia
em que o fracasso
da tristeza
te impossibilita de mais palhaçadas 

De repente desaparece
por entre os arbustos da floresta
abandonara o espectáculo
o sorriso desapareceu nas trevas 

Caminhou pelo desconhecido
no desespero atroz
aquela morte fora o fim
de uma carreira serena 

Fatigado sentou-se numa pedra
estava exausto
nem o cantar de um rouxinol
o fez sorrir 

Ali adormeceu
coberto de pesadelos
até Deus o chamar
e mais uma estrela brilhou.
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 28/08/2007
Reeditado em 01/02/2010
Código do texto: T628223