DURAS PENAS
DURAS PENAS
E a morte chega
Antecipando-se a naturalidade
Abra a boca e morra
Ou mofe na masmorra
Que agora se chama casa
Amordaçado pelo medo
Enquanto isso berros
Tomam as ruas
E assim como gritam
Calam-se
Não ecoam fora dos ares
De flashes
De redes
De mídias
Repletas de seletividade
E seletores
Procuram-se eleitos e eleitores
Militantes e militares
Falanges
Falanginhas
Falangetas
Que queiram colocar a mão
Na armadilha
De destruição da massa
De partidos e quadrilhas
Entronadas em palácios
Em instituições falidas
Em cidades esquecidas
Roubadas em vida
Sem independência
Apenas morte
Sem proclamas
Notas rasgadas
De realeza inútil
Comprando apenas
Um resto que respira
A duras penas