DURAS PENAS

DURAS PENAS

E a morte chega

Antecipando-se a naturalidade

Abra a boca e morra

Ou mofe na masmorra

Que agora se chama casa

Amordaçado pelo medo

Enquanto isso berros

Tomam as ruas

E assim como gritam

Calam-se

Não ecoam fora dos ares

De flashes

De redes

De mídias

Repletas de seletividade

E seletores

Procuram-se eleitos e eleitores

Militantes e militares

Falanges

Falanginhas

Falangetas

Que queiram colocar a mão

Na armadilha

De destruição da massa

De partidos e quadrilhas

Entronadas em palácios

Em instituições falidas

Em cidades esquecidas

Roubadas em vida

Sem independência

Apenas morte

Sem proclamas

Notas rasgadas

De realeza inútil

Comprando apenas

Um resto que respira

A duras penas

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 16/03/2018
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