Sou

Sou tempestade de areia

Que no deserto se agita

Sou a voz que não se ouve

Mas que fala, mas que grita.

Sou a voz da consciência

Que acorda moribundos

Sou a luz da minha sombra

Que brilha entre dois mundos.

Sou a outra parte de mim

Que há muito de mim fugiu

Sou o eu, que em mim habita

Que nunca de mim saiu.

Sou a árvore que renasce

Da raiz da minha morte

Sou a força da inércia

Que dá outro rumo ao norte.

Sou a dor que dói em mim

Sou a outra face da lua

Sou o cavaleiro andante

Que em seu cavalo, flutua.

Gilberto Fernandes

Gilberto Fernandes
Enviado por Gilberto Fernandes em 16/03/2018
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