Que te matem no Estácio
Marielle, Marielle...
De qual favela tu vens?
Qual a cor da tua pele?
Não contes com parabéns.
Deixa de ser enxerida!
Não demonstres teu querer!
Não é nossa essa ferida.
Sossega o facho, mulher!
Queres chamar a atenção
aos problemas sociais?
Se prossegues, vais ao chão!
Veja: Não somos iguais!
Marielle, Marielle...
Não toques no meu vespeiro!
Tua luta me compele;
desperta em mim o açougueiro.
Não me ouves? Não te calas?
Prepara teu epitáfio!
Morrerás ao som de balas:
Que alguém te mate no Estácio.
(Verônica Marzullo de Brito)