Do Fundo dos Olhos Meus

Sinta o meu calor,

Mas não olhe dentro dos meus olhos.

Segure a minha mão, sem tocar em mim.

Não estar perto é o mesmo que proximidade

E talvez até aquela minha

Ausência tão presente

Que eu gosto que ignorar.

Me enxergue bem de perto

Mas não olhe dentro dos meus olhos.

O estar aqui é uma presença indecisa

Que aprendeu comigo não saber escolher.

Tu és capaz de me sentir

Embora não sejas capaz de me ver.

E porque acreditas na possibilidade de tocar

O que não se permite,

Quem fala, logo consiste,

E de tanto silenciar, desiste.

Eu quero que você me abrace,

Sem que meus poros toquem os seus.

Eu sou escuridão que cintila

E que luz nenhuma pôde iluminar,

Sussurre em meu ouvido

Sem palavra nenhuma dizer,

Não olhe no fundo dos meus olhos

Porque a razão da minha cegueira,

Eu guardo a sete chaves

Em um cd.

Me ame sem que seu

Egoísmo perceba.

E que eu seja só mais uma

Linha irregular do seu batimento,

Bem distante da ritmia.

Saudade de perto

É ficção

E presença distante

É mentira.

O Não Poeta
Enviado por O Não Poeta em 14/03/2018
Código do texto: T6279985
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