PACIFICADOR

No meio da vida,

praça de atropelos,

o poeta encontra,

versos e temperos,

para o seu poema...

Livre, leve, solto,

integrado ao meio,

colhe o seu centeio,

semeia o seu verbo...

Não dorme à desdita...

Nem se faz de morto...

Questões que replica,

justifica o horto...

Flor, estrela, lua,

céus do improviso,

dão sabor à crua,

face do impreciso...

Depois dessedenta,

no arroio inocente,

da paz que ele inventa,

o mundo descrente.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 14/03/2018
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