Abismo de paz

No abismo fosco e cinza da tristeza que me cerca

Nada nunca foi tão certo quanto a dor que em mim desperta

Sigo rumo ao horizonte da jornada tão incerta

Instável é a minha vida, um tanto quanto desconexa

E lá no mar profundo eu pulo

Vou tentando me salvar

Do que me matou em vida

Do que massacrou meu lar

Já não respiro o ar puro

E nem preciso respirar

Porque a onda que me leva

Carrega embora o meu penar

E assim flutuo levemente

Como nunca antes pude

Sigo mui tranquilamente

Na doce vicissitude

Com a dor, não me preocupo

Pois quem dorme nada sente

Eu, infeliz, não mais serei

Se enfim dormir eternamente.

Mademoiselle Art
Enviado por Mademoiselle Art em 11/03/2018
Reeditado em 22/01/2021
Código do texto: T6276396
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.