Entre sonhos e canções

Existe uma linha imaginária

Ela permanece ali sozinha

De longe nos observa triste

Tem vontade de gritar acenar

Mas não pode...

Do lado onde estamos sequer imaginamos

Que logo ali invisível ela cabisbaixa

Possa estar ainda acreditando

Que chegará o instante quando será tocada

Passarão séculos e vidas

Milênios e sofreguidão

E ainda assim aquela linha

Se mantém branca e reta

Do outro lado da espera

Luas e flores de diferentes sabores

A luz do sol pronta a nos envolver

A poesia que um dia disseram que existia

E enfim amanhece diz o vento às ondas do mar

O orvalho que chora ao som da flauta

Derrete-se e acorda os girassóis

A linha treme não sabe o que faz mas sei que sorria

Quando chega o dia

E percebemos que existe algo mais

Que um sentimento diferente de tudo

Vive e ilumina nosso coração

Nesse dia ultrapassamos a linha branca e reta

Dali em diante nasce um novo entendimento

O que doía torna-se aprendizado ainda que continue a doer

O amanhecer torna-se momento único de agradecer

O pescador que não esquece de um peixe sequer

E ali bem próximo a satisfeita linha branca

Olhamos de volta e passamos a ter a certeza

Eu não era apenas um sonhador

Agora eu sei que existe sim o amor

Não aquele sentimento disfarçado e egoísta

Não aquela vida que seguia sem rumo

Não mais se esconder por entre os vãos das estrelas

Mas a esperança de alcançá-las com o próprio merecimento

Que um dia chegue a minha vez

De encontrar a linha que sei que me aguarda

Em algum lugar por entre um sonho e uma canção

Fiquem com Deus

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