SUBJUNTIVO

Foi no temor da noite que se foi

e no raiar de um belo dia morreu

em verdes pastos foi se enterrado

no entardecer renasceu

todas as bocas cerradas

e nenhum olho choveu

foi sempre um ser solitário

desde a barriga ao calvário

crucificado sem cruz saduceu

a cada embrião abortado

um africano de fome morreu

talvez seja pouco importado

essa ideia amadureceu

seja o fruto apodrecido

exposto ao sumo encardido

de tudo um pouco escondeu

não ter nada no umbigo

enxergar num rio de faces o eu

dizer pra mim mesmo, consigo

agora ser nada nem eu.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 09/03/2018
Reeditado em 23/06/2019
Código do texto: T6274666
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