Amor incongruente
Durante o tempo de minha existência, talvez milênios,
Minha mente digladiou entre as imagens de Lilith e Eva
Sem bem compreender seus verdadeiros significados...
A primeira, Lilith, decorria da introspecção dos essênios
Que a mostravam como a bela fêmea então primeva,
Coberta de encantos e cônscia de seus predicados...
A seguinte, Eva, para tender os reclames do homem,
Teve a carne moldada da carne original – e melhorada -,
A companheira ideal, amiga e amante a ele submissa
E de uma de suas costelas extraída de seu abdomen,
Com todos os requisitos para ser a eterna namorada,
Expulsos do Éden justo por Eva ser seduzida pela cobiça.
Tantos séculos se passaram e hoje finalmente vejo
As filhas de Eva levadas pela mesma esparrela
De quererem estar sempre por cima, como Lilith,
Sem atentar que para a satisfação de seu desejo
O que importa não é quem esteja sobre a sela,
Mas, com amor, ela seja eternamente Afrodite...