MULHER
Ela é luz nas calçadas,
Olhar perdido na multidão
E coração enxergando longe
A noite dos dias passados.
Um olho no gato
Outro na sardinha
E não abre romã,
Se não for para aproveitar
O vermelho de seus grãos.
Do teatro só aplaude
A cena que lhe agrada,
Procura a sombra da árvore,
Mas parte pra cima
Na brasa do sol,
Se lhe atacam a cria.
Pendura as sapatilhas
Em lugar fácil de reencontrá-las,
Para fazer um plié necessário
Ou um cambré
De retorno ao começo,
Porque é desdobrável
E amor não tem preço.
Dalva Molina Mansano
Aproveitando a oportunidade, ofereço este poema à força de toda mulher,
estas que de frágeis só têm a aparência.
Dalva Molina Mansano.