Quase perfumado

O que está olhando?

Ah perdoe-me, melhor reformular

Para quando está direcionando seus olhos

A dor incomoda, não?

Daqui de onde estou

As estrelas têm um brilho quase perfumado

A grama é tão mais verde

E a dor quase não é sentida

Não quer ver comigo?

Não quer vir comigo?

Venha eu te mostro o caminho

Não há razão para navegar neste rio

Sabe minha amiga

Sua voz é doce

Sua proposta saborosa

Mas sua embarcação?

Apenas uma ilusão

Não não te culpo...de alguma forma

Sei que fui eu que atraí sua presença

Talvez tenha ouvido o sino

Mas sente aqui do meu lado

Eu lembro ah e como tenho saudade

Você tem razão de como as noites são maravilhosas

E os doces? Como são coloridos e suculentos

As flores têm cores que aqui jamais tivemos a chance de sentir

Mas por que está chorando?

Sim entendo seu lamento

Você não lembra, não é verdade?

Suas palavras buscavam apenas um amigo

De neblina e ausências vestem-se seus sentimentos

Eu preciso navegar neste rio sim

Há um propósito em cada lágrima

Sofrer por sofrer não nos aproximará da margem

Olhe para mim olhe nos meus olhos

Se a dor que suporta lhe ensina algo

Se transforma seu coração em um pátio de obras

Se lhe obriga a enfrentar seu orgulho e vaidade

Sempre será você o beneficiado será você a ganhar... leveza

Ela será o motor que levará sua embarcação

A aproximar as margens

Amansando as águas

Atracando longe da escuridão

Temos nosso tempo

Um curto intervalo entre o primeiro toque

E o último badalo

Ninguém engana esse tempo

Entende o que quero dizer?

Eu sinto saudade sim e muita

Mas vejo que você sorri agora

Sim sua sincera lágrima lhe trouxe uma visita

Vá vá em direção às suas margens

Mas prometa-me que ainda caminharemos juntos

Descobrindo novos sorrisos e sabores

Guardarei sim esse lenço vermelho trazido pelo vento

Lembrança dessa noite

De uma noite com um brilho quase perfumado

Fiquem com Deus

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