Glórias fugazes

E nada mais me faz suspirar,

Tudo é tão déspota imposição.

Arrasto o meu longo vestido,

De pura seda rosa, estampada,

Sobre as areias da resignação.

Reclamo os meus desejos vãos,

No passar das horas em quietude,

Que sórdida leva o último sonho:

O glamour telúrico da juventude.

E tudo é tão absurdo, tão opaco...

A velha mancha de sangue vivo?

Hoje, parece que não conta os dias,

Deixa passar os meses sem avisos.

Onde anda a ânsia, a eterna busca,

Da perenidade dos amores felizes?

Reunidos em retratos na memória,

Enfeitam versos de glórias fugazes.

Stelamaris

stelamaris
Enviado por stelamaris em 28/08/2007
Reeditado em 12/04/2021
Código do texto: T627301
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