Signos

Encho-me de lucidez vinda de um bojo

Elegante por sua informalidade ótica inebriante;

Fileiras obscuras enfeitam o centro diáfano,

Inesperado para sólidas patas a caminho do

Óbvio tangente desterrando linguagens;

Sagrados prazeres fúteis hediondos pelos

Arredores súbitos.

Fluxo expulso e a magnitude anárquica

Cobrindo cestos espontâneos, subindo através

De rochas que aos poucos são reduzidas a pó.

O eclipse começa a matizar o carcomido objeto

De desprezo desconhecido ou abandonado do povo,

Lá em cima da mureta fincada no pescoço

Frenético.

Agora percebo a realidade que vejo e que fala do

Que se quer como todas as verdades dilaceradas

Entre dimensões simbólicas sobre outras tantas

Fantasias, móveis revirados, reais e naturais.

O fugaz se vai como chegou - rápido. Governos

E partidos entram e saem, cruéis ou harmoniosos.

Homens lideram forças de esquerda ou direita, pela

Dor ou pela força, força esta que não precisa

Significar: Bondade.

Conversas vão e vêm mas prefiro os românticos

Que rebelaram-se juntos com o sentido

Das vidas em uma, traduzidas pelo ar

Que assobia; olho para a janela aberta e

Leio pelo seu corpo: Loucura.

Costelas pregadas no chão e aromatizadas por

Caracóis de estradas de ferro, que só pude

Espancá-los hoje que sinto fome de mim mesmo.

A poeira brilha no meio do ser e do vazio;

Abissal furacão que chega, o maremoto solta

Penugens na terra. Vou apertar este vulcão que

Dele apenas sai o fel suprimindo-o, estando

À deriva. A canção solitária repercute em lojas

Vendendo cogumelos para crianças; uma rapsódia

Dessas que ouvimos por caixas de som embutidas

No barro, e afundamos os ouvidos nele;

O barro não tem nenhuma coloração,

Ficamos realmente desesperados -

Alguns se mutilam na esperança hedonista.

Rejuvenescemos tanto, tanto, tanto, que bebemos

Como os vampiros mais belos e sedutores, o fogo

Abafado brincando com versos efeminados.

Elas chegam. As luzes coloridas quebram cabeças

De marfim.

Chame sem fazer nada, sem dizer nada, nenhum

Gesto, o mundo inteiro.

Jamais apontaremos os fuzis de amores difamados;

Vestiremos a bermuda do lúdico papo do veraneio;

Nossos telefonemas são vitais; cartas plenas no

Canteiro.

Recitaremos nus pela madrugada injustiçada

Porções de magias fazendo movimentos geniais

E elásticos sobre expressões humanas.

No final descobriremos o início das margens

Do oculto austro.

Delírio fascinante cruzando ante embarcações cegas

Por brumas nos dando mártires de séculos

Anteriores. Vindouros banquetes platônicos, sedosos

Trechos de tragédias sacramentadas no voraz

Apedrejamento do subúrbio panfletado por

Assassinos da língua que têm entre 15 e 20 anos.

No planalto marchas angelicais amedrontam os

Nativos imbecis.

Assassinos da língua que tiram a poesia de

Podres livros.

A catástrofe e o sucesso não mais preocupam, o

Momento é outro dentro da estreita mente sabendo

Do deleite caótico sem discernir a extrema realidade

Fora ou gritante do corpo;

Sordidez do medo de sentir, ver nas unhas o

Câncer escorrendo pelo braço;

E jamais retornando para proteções superficiais.

Medo de olhar para o Sol;

Ele refletindo em sua alma a palavra:

Loucura.

André SS
Enviado por André SS em 06/03/2018
Reeditado em 07/03/2018
Código do texto: T6272544
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