A LOBA
Todas as noites, a loba estava lá, bem vestida...
Um perfume inebriante,
O mesmo sorriso no rosto,
Como se toda felicidade lhe fosse peculiar.
Lá estava ela, sentada no banco da praça...
A única que existe, à espera do primeiro freguês,
O primeiro, a dar-lhe prazer, fazê-la feliz,
Nos momentos de desejo,
O primeiro, que lhe pagaria pela tarefa costumeira;
Lá estava ela, a esperar,
Apreciando o vai e vem de pessoas
Que viam com indiferença a loba
Sentada no banco da praça... Pronta para o coito
Pronta a ser possuída, para um sustento do lar