Presilhas da poesia

Poesia é poesia...

Trabalho árduo

Continuo

Fala dos rios e selvas

Das rochas a dureza

A beleza das flores

Sentimentalizados

Os objetos usados.

São sonhos brincando

De roleta nas letras

Na mesa de um bar

Um copo,

Um gole

A cerveja.

Sobria estou depois

Do sabor da taça de vinho

Vestida de linho

O amor

As paixoes brindam

O sabor dos apaixonados.

Caem noites

Levantam soldados das manhas

A tarde engole a água

A matar a sede

Do dia tranquilo

Ou aqueles quentes.

Poesia não fala da intimidade

Do outro

Das roupas, objetos pessoas

Fala a verdade que extrapola

O nosso ais.

Tristes as letras são redondas

Alegres gritam a ansiá da madrugada

A luz do sono perdido

Encosta o barco vosso

Peregrino ...

Poesia nua

Veste teu manto

Nesse corpo que pisa na areia

Engole o mar nas profundezas.

Poesia ser pedra

Se lascam

Se amam

Quanto mais sentimentos

Mais o poema sae com seu

Veredito.

Digo isso pela punição

De vós nas eras de pedras

Na estrada que comes terra

Segura uma estrela

Pois dela haverá outras

Nascentes.

Oh dor que consome

Meu figado

Trazendo o gosto de fel

Nas vísceras nada bonitas

E nelas que o sentimento

Pisa e a noite sem luz

Voa na escuridão da solidão

Amores esvairados da paixão

Ah! que bom

Se a poesia fosse asa

Dele seria eu as penas.

Se fosse pernas

Dela seria eu seus tornozelos

De zelo chego nas sapatilhas

E ao alto onde pousa os céus

Minhas verdades nas suas presilhas.

Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 06/03/2018
Código do texto: T6272464
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