Como ferve e sangra e luze violentamente esse chão !
 
     Terra de Maragatos e Chimangos
     De prendas fortes e leves como as florações
     Há de se ter fôlego pra tanto chão
     ou há de ser o santo chão o próprio fôlego ?
     Logo ali, os galpões aos varais do tempo
     contam histórias da lida, de guerras e de paz
     Logo ali, o peito das araucárias se debulha aos pinhões
     Logo ali, as ovelhas branqueiam os pastos
     e enfloram a paisagem de dentro
 
     [ Em cada ínfimo grão o prelúdio de uma estrela
     apeia na alma do pampa ]

 
     Eu sorrio e esse salmo poderoso leva-me pela mão
     É a seiva bruta fundamentando a terra !
     É a vida em visita ao sangue cheia de espelhos luminosos !
     É Deus dançando a aguda poesia !
 
 
     Ahhh... Como luze e sangra e ferve a minha Pátria !




 



Da série Pajadores do sul 




Fotografia - Aparados da Serra
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 06/03/2018
Código do texto: T6272251
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