Como ferve e sangra e luze violentamente esse chão !
Terra de Maragatos e Chimangos
De prendas fortes e leves como as florações
Há de se ter fôlego pra tanto chão
ou há de ser o santo chão o próprio fôlego ?
Logo ali, os galpões aos varais do tempo
contam histórias da lida, de guerras e de paz
Logo ali, o peito das araucárias se debulha aos pinhões
Logo ali, as ovelhas branqueiam os pastos
e enfloram a paisagem de dentro
[ Em cada ínfimo grão o prelúdio de uma estrela
apeia na alma do pampa ]
Eu sorrio e esse salmo poderoso leva-me pela mão
É a seiva bruta fundamentando a terra !
É a vida em visita ao sangue cheia de espelhos luminosos !
É Deus dançando a aguda poesia !
Ahhh... Como luze e sangra e ferve a minha Pátria !
Fotografia - Aparados da Serra