Não deixe a guerra começar
Responda paz para o grito de guerra
Reviva o amor perante o ódio inebriante
Desenhe as coisas belas da vida em papéis manchados de sangue
Vá, perceba, olhe...
Assente sobre a areia, escreva, veja o branco das nuvens
Você não sabe, mas elas pedem para cessar a dor do mundo
O mundo geme, os animais choram, as pessoas apáticas vêm se dissolvendo
Não deixe a guerra começar...
Comece por você!
Escreva um poema humanitário
Dê ajuda aos solitários
Construa pontes entre vizinhos que se odeiam
Rasgue a palavra racismo do dicionário
Derrame chuva aos secos de coração
Dê amor, dê o perdão
Troque fuzis por contos infantis
Troque drogas por mais escolas
Abasteça a gentileza
Com doses de delicadeza
Anule a intriga
Esqueça que um dia houve briga
Estenda a mão
Tenha mais um pouco de compaixão
Peça desculpas quando pisarem em seu pé
Não seja descrente, tenha mais fé
Que a bala perdida seja apenas um doce
Que achamos pelo meio da rua
E não um projétil que tira uma vida de forma bruta
Não deixe a guerra começar...
Não olhe para o outro com olhar desdenhoso
Seja um pouco mais carinhoso
Levante a bandeira da paz
Dê tiro com Camélias de amor
Jogue granadas de Orquídeas
Ao invés de sprays de pimenta
Que tal de rosas púrpuras?
Vamos lá
Mate a injustiça e tudo que remeta a dor
Destrua a vontade de odiar
Faça de suas palavras armas
Que disparam um olor verdadeiro
Jogue as desavenças para o negrume do esquecimento
Sejamos o portento que tanto queremos
Vamos nos unir, entrelaçar nossas forças
E dizer um basta para a guerra
Aquela que acontece na favela
Na escola, na rua, no Oriente Médio
Nos livros, na TV, nos jornais
Na nossas vidas, nos governos e nos hospitais
Guerras invisíveis, sem grito, sem barulho
Morte de cidadãos antes mesmo de morrer
Nações contra nações
irmãos contra irmãos...
Mesmo assim, eu continuo com a esperança
De um dia todos entrarem nessa dança
Onde não existirá mais matança...
A paz que tanto precisamos começa em nossas atitudes...
Paz!