A Noite
Lento...
Lentamente...
Escorrego e deslizo...
Desço...
E giro...
Num prumo seguro...
De negro surjo e lento apago a luz num rodopio lento...
Devagar meço minutos...
Contados segundos...
Na cor obscura...
Horas coloridas lentamente serão cinza escuras...
Há vezes azuis marinhas...
Amarelas viram brancas azuladas e suas sombras conforme a lentidão se gira...
Lenta gira ante o seu horário circular...
Lentamente lenta...
Uma seda lentamente lenta...
Ébano...
Ilusionista do corpo...
Que embebeda os olhos...
Relaxa os músculos...
E se deita sobre a alma...
Que faz levitar...
Em qualquer solo macio, ásperos lentamente seu giro...
A vertigem nas pálpebras não suporta seu peso...
Insiste mas não tem jeito...
Fecha-se e perde o lento giro no alento...
Num suspiro de ar fresco...
Em seu jardim verde negro irá descansar...
E o giro lento...
Lentamente lento...
Mostra-se ao ouro lento...
Seu despertar...
Lento.