Amor dos sonhos

 

 

Noite, ouvidos esperando sob a luz da lua,

uma serenata cantando o amor, que nunca virá.

Expectativas, sem a delicadeza das palavras

àquelas sonhadas, que certamente não ouvirá.

Nada mais sincero e tocante que o silêncio,

das vontades de uma saudade que não foi sentida,

o mais sincero não, nunca dito.

 

O amor dos sonhos, que sente ciúmes, fala de poesia,

de flores e seu perfume, e das voltas do tempo na vida.

Amor dos sonhos, seu eco pelas montanhas,

sem respostas, fala de borboletas e desejos, dos sonhos

pelo quarto deserto, sobrevoando sem sentido.

Poesia do roxo da flor de maracujá, das violetas

e do amor mais que perfeito ser ter.

 

Poesia, insone, madrugadas, nos fala de poetas 

contando da derrota do seu falso amor,

poeta que fala para o nada, sem vaidade, sem leitor.

 

Poesia puro e simplesmente, fala de tudo sem nada ter,

num tema, dilema, dum amor sem você.

Poesia é drama é dor, é vida derramando o seu dilema,

sem hora ou data, natural, sem demagogia.

 

A poesia é uma moça de trajes de retalhos,

num restaurante elegante, que, à madame, entrega a flor,

ela recebe os seus trocados, com seu olhar triste,

desprovida de beleza ... _ agradece, sem ser notada, 

sendo a protagonista do verdadeiro e mais puro amor

dos sonhos, somente seus, que seja.

 

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 04/03/2018
Reeditado em 12/01/2022
Código do texto: T6270170
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