FICAR

Sem saber um do outro o nome

Muito menos o sobrenome

Fica-se com muitas pessoas

Não há diálogo, nem palavras

Se acontecem, quiçá sejam loas

Beijar bem ou beijar mal, degustar

E depois de tudo o veredicto final

Sabor tutti frutti, framboesa ou hortelã

Depende da balinha, do chiclete ou spray

É o que resta no outro dia pela manhã

A quantidade também é importante

Faz-se apostas para saber o vencedor

Ganha quem tem mais horas de ficante

Nessa disputa quem vence é o maior

Há os que vão mais além

Do simples beijo avançam o sinal

Sem conhecerem direito seus limites

Praticam a degustação sexual

São práticas da atual modernidade

Se bom ou mal não se sabe ainda

Os costumes ganharam mais liberdade

E a análise do ficar permanece na berlinda

Diana Gonçalves

28/08/2007 – 02:13