DAR UM TEMPO

DAR UM TEMPO

Ah!! Babel

De bocas telas e papel

Que tal calar-se

Dar um tempo ao ouvido

Para que seja parido

No silêncio da turba

O apaziguar da turma

Que fala pelos cotovelos

Cuspindo fezes

Espalhando fedores

De suas cabeças empalhadas

Mumificadas

Sem visão qual Têmis

Temerosas

De desdobramentos

De seus podres alimentos

Que coagulam em veias entupidas

Verdes de podridão

Sem saída em prazo curto

Em curto-circuito

Com os desejos guardados

Em línguas inteligíveis

Em amores possíveis

Sem paixões avassaladoras

Exceção as dos lençóis

Que entre murmúrios

Ininteligíveis

Levam ao gozo do viver

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/03/2018
Reeditado em 04/03/2018
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