Fusion – VI

Extensa nebulosa, luz que se ofusca, gelo no ar,

Cortes pela noite com sobras salobras & rarefeitas,

Trêmulo galho que a folhagem também abandonou,

Sorte do café quente que encontra a boca a espreita,

O dia que vira calor, uma passagem que toca alerta,

Vaza entre palavras, atos estreitos & negações,

Entre dúvidas & quase verdades, escolhas dúbias,

Feito blusa larga que espalha os seios pelo corpo,

Espera sempre mais atenção, paparicos de todos os lados,

Como se fosse a única folha livre para receber tinta,

Viés que tem, são os mais sofridos, mais agudos,

Por isso tanto pede, vôos desmedidos pela razão,

Fitas que embaçam o coração, todos aqueles próximos,

Uma gota é suficiente para qualquer dilúvio seco,

Pisa na mão que acalenta, nada de mais respostas,

O frescor do toque vira uma vaga lembrança,

Qual herança que se decompõem, outras saliências,

Do Sol que a cara bate, portas & pernas fechadas,

Do que se inventa, atenta, desalinha como cortiça,

Soçobram pedaços espalhados, cantos obscuros,

Uma lenta sensação de reclamos sobressalentes,

Da luz que sobra da boca pelo corpo agora distante,

Pois os olhos vicejam tantos medos por apenas dois passos!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/08/2007
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