Avessas
Não gostamos de ser criticados
Uns mais outros nem tanto
A maioria tarda a digerir o quilo
Aquele azedume que constrange
Alguns até o deixam talvez escondido
Mas foi irmão José entre outros
Que trouxe à lembrança
A verdade que nos custa aceitar
De que a unanimidade demora a chegar
No caminho que percorremos
Ainda tão longe de encontrar
As estrelas de brilho puro
Os espinhos e tormentas
São ainda mais importantes
Que as flores e carícias
Enquanto nos jardins renovamos a esperança
Nas tempestades aprendemos a crescer
Apesar da aparente contradição
Ainda que algumas críticas pareçam
Injustificadas em nosso coração
Elas nos servem de alertas contra a ilusão
Faz com que novos botões ainda mais bonitos
Floresçam trazendo o equilíbrio
Trazendo de volta nossos pés de encontro ao chão
Lembrem que nosso mais fervoroso crítico
Será sempre nosso melhor benfeitor às avessas
Será ele que nos socorrerá na luta contra o orgulho
Mesmo que não saiba disso
O antídoto é preparado com o próprio veneno e
Se apenas elogios nos envolvessem
Não alcançaríamos o bom senso e o discernimento
Agora se o escândalo é inevitável e necessário
Cuidado aos que fazem dele suas mãos
Não se afastem dos princípios mais básicos
Tentem entender isso não é segredo
Ali pode estar seu pai ou seus irmãos
Não se afastem da caridade
Não façam de suas críticas
Armas vestidas de crueldade
Aqueles que mais se alegram em apontar o dedo
Talvez precisem também voltar
Trazer os pés de encontro ao chão
E lutar contra o outro lado do orgulho e da vaidade
Buscar vencer a prepotência que as vezes se esconde
Por debaixo da langerie da inteligência e sabedoria
Deixemos que Deus avalie o que é ou não justo
Preocupemo-nos em reconhecer as oportunidades
Que Ele nos oferece diariamente para nossa evolução
Aqueles momentos de oferecer a mão
De encontrar-se com o perdão
Essa sempre será a mais bonita canção
Abençoada seja a Poesia
Fiquem com Deus
Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=324716 © Luso-Poemas