LONGURA

LONGURA

Juntos em solidão

Trocamos companhia

Diálogos breves monocromáticos

Esperançosos solilóquios coloridos

Inaudíveis a ouvidos moucos

Insensíveis a murmúrios

Inodoros a paladares

Que já não se misturam

As bocas fechadas repletas de moscas

Mortas pela insensibilidade

Cospem resíduos que grudam em paredes

Limpas e higienizadas com cheiro de pinho

As mãos não gestuam mas jejuam

De toques e aproximações

Os olhares perdidos nada veem

A um palmo do nariz

Que dirá mais ao longe

Na estrada que ainda está ali

Abandonada e cheia de buracos

Dificultando a viagem

Matando aos poucos a esperança

Turistando no nada

A caminho de lugar algum

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/03/2018
Reeditado em 02/03/2018
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