LONGURA
LONGURA
Juntos em solidão
Trocamos companhia
Diálogos breves monocromáticos
Esperançosos solilóquios coloridos
Inaudíveis a ouvidos moucos
Insensíveis a murmúrios
Inodoros a paladares
Que já não se misturam
As bocas fechadas repletas de moscas
Mortas pela insensibilidade
Cospem resíduos que grudam em paredes
Limpas e higienizadas com cheiro de pinho
As mãos não gestuam mas jejuam
De toques e aproximações
Os olhares perdidos nada veem
A um palmo do nariz
Que dirá mais ao longe
Na estrada que ainda está ali
Abandonada e cheia de buracos
Dificultando a viagem
Matando aos poucos a esperança
Turistando no nada
A caminho de lugar algum