PUNHAL DE PRATA
A lua veio bem cheia
pairou sobre minha aldeia
clareando toda a várzea
pendeu das gretas tão bela.
Invadiu minha janela
inundou-me o seu clarão,
deu feito um punhal de prata
no fundo do coração.
Prostrou-se tão sorrateira
na cama desarrumada
flertou comigo insolente
até dar na madrugada.
Ao me ver apaixonado
pra não se comprometer
partiu num cavalo alado
sumiu sem nada dizer.
São Jorge nem desconfia
das façanhas dessa dama
que toda noite retorna
pra bulir na minha cama.
Saulo Campos- Itabira MG