Doendo em mim...

Vi o sangue de meu irmão...

escorria pela tela da televisão...

cheirava podridão...

vi o olhar de desespero

ouvi o grito de dor...

seu corte profundo exposto,

a ferida me chocou...

o abandono o cercava

vi o total desamor...

Vi a briga por dinheiro,

valendo mais que um gemido...

mais importante do que a dor...

vi trabalhador ferido...

partos em corredor...

ouvi o pedido de socorro, por favor...

Vi uma ministra mandar eu gozar

o dileto do governo me roubar

fiquei meio "idotizada"

mas meu amor por meu povo

não mudou...

Assistindo a dor do meu irmão

clamo a Deus por punição

pelo fim dessa sujeira

que pisa a formiga obreira

e a cigarra fanfarreira,

estende a mão...

E com o coração partido

meu caminho vou seguindo...

Confiando nessa nação,

que deixa idosos deitados no gélido chão

enquanto se paga fortunas por butox e avião.

E que se ampute a perna, braço ou mão,

que apodreçam as feridas,

que morra por falta de transplante de coração

que se foda essa gente,

era só mais um meu irmão...

que se foda eu,

se sangra o meu coração...

essa gente já tá acostumada a sofrer...

quem mandou eu ver?

pra tudo tem solução...

é só fechar o jornal e desligar a televisão...

longe dos olhos, longe do coração...

e desce mais uma antártica,

aproveita traz uma porção...

e que me venham os hipócritas falarem que

usei palavrão...

esse é o meu grito,

meu povo, minha nação

em vez de me criticarem tenham alguma reação, defendam nossa gente

sejam cidadãos.

http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1858523-EI715,00.html

Má Oliveira
Enviado por Má Oliveira em 27/08/2007
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